João Ferreira domina “estrelas” do Dakar

25 setembro 2025

João Ferreira (Toyota) bateu os grandes nomes do todo-o-terreno mundial na etapa mais longa do bp Ultimate Rally Raid Portugal e chegou a Badajoz com 3m24s vantagem sobre o sul-africano Saood Variawa (Toyota). Num dia histórico para os pilotos portugueses, Gonçalo Guerreiro (Challenger) e João Dias (SSV) venceram a etapa nas respetivas categorias. O australiano Daniel Sanders (KTM) continua a dominar nas motos.

A primeira etapa já tinha sido exigente, mas a segunda colocou ainda maiores dificuldades aos concorrentes, que enfrentaram um percurso longo e desafiador – foi um dia típico de Dakar, só que na Europa, que surpreendeu muitos pilotos.

Nos carros, a Toyota continua a dominar, com três carros na frente da Ford. O melhor piloto da Dacia é Sébastien Loeb (7º).

O português João Ferreira (Toyota Hilux T1+ Evo) imprimiu um ritmo impressionante desde os primeiros quilómetros. Ao km 160, liderava com 7s de avanço sobre Henk Lategan e, ao km 221, a vantagem para Luca Moraes (Toyota Hilux T1+ Evo) aumentou para 2m28s. O piloto brasileiro perdeu algum tempo com um furo no início da etapa.

O ataque era total e valeu-lhe a vitória na etapa, com 1m03s de avanço sobre Carlos Sainz. Depois de ter saído de Grândola na terceira posição (+1m52s), o jovem piloto de Leiria chegou a Badajoz na liderança do bp Ultimate Rally Raid Portugal, com 3m24s de vantagem sobre o colega de equipa. “Foi um dia muito longo e difícil. Tivemos alguma dificuldade na entrada em Espanha e em encontrar um bom ritmo. Mesmo assim, ganhámos tempo aos nossos adversários e estou bastante satisfeito com a nossa performance”, explicou o piloto, que venceu, pela primeira vez, uma etapa na categoria principal do Mundial de Rally-Raid.

O sul-africano Saood Variawa andou regularmente entre os mais rápidos e subiu ao segundo lugar da geral “a etapa foi muito longa e sinuosa, especialmente na zona montanhosa. No final, tive de reduzir o andamento por causa dos pneus, mas o resultado é bom e estou otimista para o que falta disputar”, disse.

A etapa mais longa foi também de extrema dureza. Nasser Al Attiyah andou rápido na tentativa de recuperar o tempo perdido com as três penalizações impostas pela organização, mas o seu esforço caiu por terra ao km 200, por causa de um problema mecânico e perdeu 8 minutos. “Longa etapa, com piso muito escorregadio, que não nos correu bem, devido a vários problemas. Temos três dias para recuperar”, disse o tricampeão do mundo.

O francês Sébastien Loeb perdeu mais de 14 minutos a mudar um triângulo da suspensão do Dacia Sandrider, operação que contou com a ajuda da colega de equipa Cristina Gutiérrez “dia difícil, perdemos muito tempo”, comentou o francês. O vencedor do Dakar 2025, Yazeed Al Rajhi (Toyota Hilux T1+ Evo), capotou e desistiu e Juan cruz Yacopini (Toyota Hilux T1+ Evo) teve uma saída de estrada.

A dureza da prova causou também estragos na categoria Challenger. Mattias Ekström (Can-Am XRS), que era o líder, desistiu com problemas mecânicos. Gonçalo Guerreiro (Taurus Evo Max) venceu a etapa e assumiu o comando da categoria, na frente dos pilotos que estão a lutar pelo título mundial. “Dia duro e muito exigente para os pneus. Tive de fazer alguma gestão, porque o piso estava muito abrasivo. Perdi muito tempo no início, ao apanhar o pó levantado por outro carro, mas depois tive uma etapa limpa”, afirmou.

Foi, igualmente, uma jornada positiva para João Dias (Polaris RZR) que venceu a etapa e lidera a categoria SSV. Alexandre Pinto (Polaris RZR) andou sempre entre os mais rápidos e ganhou uma apreciável vantagem sobre Enrico Gaspari na luta pelo título mundial.

A segunda etapa foi extremamente dura e difícil para os pilotos das motos, que chegaram ao final com os pneus francamente degradados. A KTM continua na frente, mas a Honda continua a ser uma ameaça.

Daniel Sanders (KTM 450 Rally) e Tosha Schareina (Honda CRF 450 Rally) discutiram a vitória na etapa até ao último quilómetro, com Sanders a ser o mais rápido por apenas 4s, isto, depois de fazerem 429 km ao cronómetro! “Dia muito longo. Os últimos 60 km em Espanha estavam muito escorregadios. O percurso era muito técnico e foi bastante divertido. É importante ter uma boa vantagem para amanhã, que vai ser um dia igualmente duro”, afirmou o vencedor da etapa. Tosha Schareina (Honda CRF 450 Rally) andou a fundo, ainda assim perdeu 25 s para o líder da prova “

Ricky Brabec é terceiro classificado “etapa muito longa, com um percurso bastante diferente em Espanha. A parte final foi difícil, porque estava sem pneus e tive de reduzir o andamento”, explicou o piloto da Honda.

Excelente prova do português Bruno Santos (Husqvarna FR450 Rally) que foi sétimo na etapa mais longa e subiu ao segundo lugar da categoria Rally2, superiorizando-se a muitos pilotos das potentes motos RallyGP. “Arranquei bem e estive sempre ao ataque. A principal dificuldade foi ter apanhado pó de outro piloto, que me fez perder tempo, sobretudo nas zonas mais lentas e entre árvores”, afirmou. Gonçalo Amaral (Honda CFR 450) é segundo classificado na categoria Rally3 (16º da geral).

De registar o abandono de dois pilotos que estavam no top 4. O campeão do mundo de Rally-Raid, Ross Branch (Hero 450 Rally), foi o primeiro a desistir, após queda aparatosa e Adrien Van Beveren (Honda CRF 450 Rally) abandonou devido a queda violenta, que provocou uma lesão no ombro. Tobias Ebster (Hero 450 Rally) abandonou de forma voluntária.

 

Classificação após a 2ª etapa Autos

1º João Ferreira (Toyota Hilux T1+ Evo), com 5h.35,04 (1º português)

2º Saood Variawa (Toyota Hilux T1+ Evo), a 3m.24

3º Lucas Moraes (Toyota Hilux T1+ Evo), a 3m.46

4º Carlos Sainz (Ford Raptor T1+), a 5m.20

5º Henk Lategan (Toyota Hilux T1+ Evo), a 5m.27

 

Classificação após a 2ª etapa Motos

1º Daniel Sanders (KTM 450 Rally), com 5h.55,35

2º Tosha Schareina (Honda CRF 450 Rally), a 1m.36

3º Ricky Brabec (Honda CRF 450 Rally), a 7m.18

4º Lorenzo Santolino (Sherco 450 SEF Rally), a 15m.25

5º Edgar Canet (KTM 450 Rally), a 10m.39 (1º Rally2)

6º Bruno Santos (Husqvarna FR450 Rally), a 15m.37 (1º português)

 

A terceira etapa tem partida e chegada a Badajoz, numa extensão de 511 km. Os pilotos têm pela frente um setor seletivo de 308 km bastante espetacular, muito rápido e com bom piso, onde vão encontrar areia, ao melhor estilo dos rally-raids disputados em outros continentes. No final do dia, o público pode visitar o bivouac de Badajoz, entre as 18 e as 23 horas (hora espanhola).

 

Link de acesso para assistir à terceira etapa do bp Ultimate Rally Raid Portugal

https://rallyraidportugal.com/content.aspx?menuid=1344

 

Programa

Dia 26 de setembro – Etapa 3 Badajoz-Badajoz (308 km)

06h00 – Partida da 1ª Moto do Recinto de Feiras de Badajoz

08h10 – Partida do 1º Carro do Recinto de Feiras de Badajoz

14h35 – Chegada da 1ª Moto ao Recinto de Feiras de Badajoz (hora estimada)

16h30 – Chegada do 1º Carro ao Recinto de Feiras de Badajoz (hora estimada)

19h00 – W2RC Cerimónia de Medalhas no Recinto de Feiras de Badajoz

 

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