A categoria T1+ representa o nível mais elevado do Campeonato do Mundo Rally-Raid. No bp Ultimate Rally Raid Portugal, que se realiza de 22 a 28 de setembro, vão estar presentes a Toyota Gazoo Racing, Overdrive Racing, Dacia, Ford M-Sport e X-raid com protótipos que custam mais de um milhão de euros!
A menos de um menos mês da prova, os favoritos preparam-se para travar uma bela batalha pelos estradões de terra do Alentejo, Ribatejo e Estremadura espanhola, na prova organizada pelo Automóvel Club de Portugal.
Os carros da categoria principal são extraordinários protótipos construídos especialmente para este tipo de competições. São um concentrado de tecnologia e inovação, onde a fiabilidade é fundamental para manter performances elevadas nas longas etapas.
Todos eles têm uma arquitetura tipo buggy, com chassis tubular em aço e painéis da carroçaria (com algumas semelhanças com o modelo de série), em fibra de carbono.
Há uma aposta generalizada nos motores a gasolina atmosféricos e turbo, com a particularidade de as equipas oficiais anunciarem a mesma potência de 360 cv. Com o objetivo de garantir o equilíbrio entre os diferentes conceitos de motor, a FIA utiliza um torquímetro eletrónico de alta precisão para monitorizar e controlar o binário dos motores. Esse equipamento está acoplado à caixa de velocidades e os dados são enviados, em tempo real, para a base de dados da FIA. Isso permite controlar e ajustar o desempenho dos veículos com motores turbo e atmosféricos.
Os carros da categoria Ultimate dispõem de transmissão 4x4, com três diferenciais de deslizamento limitado (dianteiro, central e traseiro com bloqueio mecânico) e utilizam uma caixa de seis velocidades sequencial Sadev.
Todos têm suspensão de triângulos duplos, com dois amortecedores por roda. Os amortecedores têm regulação e permitem aos pilotos ajustar a suspensão, em função do tipo de terreno, para garantir um maior controlo e maneabilidade do carro. Além disso, têm uma acentuada distância entre eixos para melhor a estabilidade.
O sistema de travagem é constituído por discos ventilados à frente e atrás e integra o travão de mão hidráulico. Estas poderosas máquinas têm jantes de 17 polegadas, onde são montados os enormes pneus BF Goodrich para todo-o-terreno.
Todos os carros estão ligeiramente acima dos 2.000 kg de peso. É obrigatório a utilização um combustível sustentável produzido a partir de resíduos orgânicos, que substitui os combustíveis fósseis, e reduz as emissões de gases poluentes.
A posição de condução é sobrelevada para dar melhor visibilidade ao piloto. Ainda no habitáculo, os carros dispõem de um sistema de controle de temperatura, já que a temperatura pode atingir os 50 graus.
Uma novidade no Mundial Rally-Raid é a participação da Dacia. O Sandrider foi desenvolvido em parceria com a Prodrive, recebe o motor V6 3.0 biturbo a gasolina que, depois de otimizado pela Alpine, desenvolve 360 cv e um binário de 539 Nm. No ano de estreia no Mundial, a marca que pertence ao grupo Renault já venceu uma prova, o Abu Dhabi Desert Challenge, com Nasser Al-Attiyah.
O Toyota DKR Hilux Evo é um dos carros mais competitivos do todo-o-terreno depois dos melhoramentos introduzidos este ano para aumentar a fiabilidade, sem comprometer as performances. O motor a V6 3.5 biturbo a gasolina desenvolve 360 cv de potência e um binário de 620 Nm.
A Ford Performance e a M Sport decidiram aventurar-se no todo-o-terreno e desenvolveram o Raptor T1+, uma impressionante pick up capaz de responder às exigências brutais deste tipo de provas. Fez a sua estreia no Rali de Marrocos em 2024, e até já venceu etapas. Está equipado com motor V8 5.0 atmosférico com 360 cv e 539 Nm.
A X-raid continua a apostar no Mini John Cooper Works (JCW) Rally. Com o objetivo de recuperar a competitividade perdida nos últimos anos, trocou a motorização Diesel por um bloco de seis cilindros em linha 3.0 turbo, a gasolina, com 360 cv e um binário de 570 Nm.